sábado, 17 de janeiro de 2009

Quando teria sido melhor calar ou a história de um tropeço jornalístico


Título original: Um exercício erétil
O redator distraído corre o risco de provocar risos ao escrever o contrário do que tentou
Autor: Josué Machado


A notícia "Exercícios contra Disfunção Erétil" termina com revelação de significado duvidoso, contraditório, assustador até se entendido literalmente.

"Segundo a pesquisa, atividades aeróbicas realizadas cinco vezes por semana, por pelo menos 30 minutos, estimulam a produção de óxido nítrico e combatem os radicais livres, melhorando a disfunção erétil."

"Disfunção erétil" é eufemismo para mal que aterroriza os homens, já se sabe. É cabisbaixismo da pior espécie. Mas o que importa são as possibilidades de entendimento desse textículo de jornal. O redator redatou que a disfunção erétil, uma anomalia cadente que ataca sorrateira, melhora com exercícios. A disfunção melhora? Como é que uma disfunção, uma anomalia pode melhorar? Tornando-se mais disfuncional, mais grave, evidente. No caso da disfunção erétil, mais tristemente cadente, cabisbaixa até os tornozelos ou os calcanhares.

O redator disse, portanto, o contrário do que tentou dizer. ...

Fonte: Revista Língua Portuguesa - http://revistalingua.uol.com.br/textos.asp?codigo=11672: Um exercício erétil - Josué Machado.
Imagem: google.

Um comentário:

Bruno disse...

Viva o ócio. Por isso não faço muito exercício.
Ok, é feio isso, mas não podia deixar de fazer este comentário.