Você já deve ter se perguntado ao menos uma vez de onde veio uma determinada expressão popular que você ouve e usa desde sempre. Pois é, eu também. E foi pensando nisso que me veio a idéia de colocar aqui a explicação de algumas dessas expressões que achei por aí, pesquisando.
Vamos lá:
"Levar o calote", por exemplo, como será que surgiu essa expressão?
Bom, segundo andei me informando, calote era o nome dado ao talho que se fazia na mercadoria (fruta ou queijo, por exemplo), a fim de que o comprador provasse o sabor antes de levar pra casa. No século XVIII era comum, nas feiras, o comprador abocanhar a oferta (calote) e ir embora sem comprar o produto oferecido. Daí, “levar o calote” significa vender alguma coisa e não receber o pagamento.
Você já deu o calote em alguém? Eu mesma, outro dia, não pude deixar de dar o calote numa queijaria. O cara me ofereceu uma prova de queijo e eu não poderia recusar, mas comprar não pude, pois o quilo do parmesão estava pela hora da morte! Aliás, de onde será que veio essa expressão?
Mas se você pensa que vai dar o calote sempre e tudo vai ficar por isso mesmo, pode tirar seu cavalinho da chuva. Falando nisso, você sabia que essa expressão surgiu entre os donos de fazenda, no passado? É isso mesmo. Quando o visitante chegava a cavalo à fazenda do amigo, atrelava o animal à cerca, mesmo se estivesse chovendo. Daí o fazendeiro, lá de cima, gritava "pode tirar seu cavalinho da chuva", sempre que desejasse que o visitante se demorasse por ali. Era um convite para permanecer. Interessante a preocupação dele com o animal, não? Afinal, o pobrezinho podia ficar resfriado...
E quem, na sua santa inocência, nunca caiu no conto do vigário? Pois é, até mesmo os mais espertos um dia acabam caindo...
Cair no conto do vigário significa ser enganado. Essa expressão pegou depois que um padre de Ouro Preto teve uma idéia para ganhar a disputa por uma imagem de Nossa Senhora dos Passos. Essa imagem fora doada a Ouro Preto pelos espanhóis e passou a ser alvo de uma disputa entre dois padres: o da Igreja Nossa Senhora de Pilar e o da Nossa Senhora da Conceição. Para resolver a pendência, o padre de Pilar deu a idéia de amarrar a imagem no lombo de um burro no meio do caminho para as duas igrejas. O caminho que o animal tomasse definiria para qual igueja a imagem da santa iria. Quando foi solto, o burro se dirigiu à igreja de Pilar, dando a ela a vitória na concorrência. Mas depois se descobriu que o animal pertencia ao vigário daquela igreja; logo, já conhecia o caminho, pois o percorria sempre.
Agora, se está insatisfeito com alguma coisa, vá se queixar ao bispo!
Aliás, está aí uma história muito curiosa.
No Brasil do século XVII, ter filhos era muito importante. Precisando mostrar ao homem que era fértil, a mulher engravidava antes do casamento. A regra era aprovada pela própria Igreja desde que depois o casamento se consumasse. Muitas vezes, o noivo ia embora e a mulher grávida ia reclamar ao bispo, que mandava alguém atrás do fujão.
Essa sim, caiu no conto do vigário direitinho...
Mas, se depois de cair no conto do vigário, o bispo lhe passar uma penitência severa, não adianta chorar lágrimas de crocodilo, não. Tem que estar de fato arrependido de tanta inocência (pra não dizer burrice) e cumprir a penitência sem reclamar. Aliás, você sabia que os crocodilos marinhos, assim como as focas e outros animais de água salgada, ajudam a eliminar o excesso de sal do corpo vertendo água salgada pelos olhos, pressionando o céu da boca com a língua? É, trata-se de falsas lágrimas. Por isso se diz de alguém que age com falsidade que ele está chorando lágrimas de crocodilo.
Bom, vou encerrando por aqui e espero que todos tenham gostado de saber um pouquinho mais sobre a origem das expressões populares que usamos cotidianamente, desde que o mundo é mundo.
Um abraço e até breve.
Bia Loivos.
Vamos lá:
"Levar o calote", por exemplo, como será que surgiu essa expressão?
Bom, segundo andei me informando, calote era o nome dado ao talho que se fazia na mercadoria (fruta ou queijo, por exemplo), a fim de que o comprador provasse o sabor antes de levar pra casa. No século XVIII era comum, nas feiras, o comprador abocanhar a oferta (calote) e ir embora sem comprar o produto oferecido. Daí, “levar o calote” significa vender alguma coisa e não receber o pagamento.
Você já deu o calote em alguém? Eu mesma, outro dia, não pude deixar de dar o calote numa queijaria. O cara me ofereceu uma prova de queijo e eu não poderia recusar, mas comprar não pude, pois o quilo do parmesão estava pela hora da morte! Aliás, de onde será que veio essa expressão?
Mas se você pensa que vai dar o calote sempre e tudo vai ficar por isso mesmo, pode tirar seu cavalinho da chuva. Falando nisso, você sabia que essa expressão surgiu entre os donos de fazenda, no passado? É isso mesmo. Quando o visitante chegava a cavalo à fazenda do amigo, atrelava o animal à cerca, mesmo se estivesse chovendo. Daí o fazendeiro, lá de cima, gritava "pode tirar seu cavalinho da chuva", sempre que desejasse que o visitante se demorasse por ali. Era um convite para permanecer. Interessante a preocupação dele com o animal, não? Afinal, o pobrezinho podia ficar resfriado...
E quem, na sua santa inocência, nunca caiu no conto do vigário? Pois é, até mesmo os mais espertos um dia acabam caindo...
Cair no conto do vigário significa ser enganado. Essa expressão pegou depois que um padre de Ouro Preto teve uma idéia para ganhar a disputa por uma imagem de Nossa Senhora dos Passos. Essa imagem fora doada a Ouro Preto pelos espanhóis e passou a ser alvo de uma disputa entre dois padres: o da Igreja Nossa Senhora de Pilar e o da Nossa Senhora da Conceição. Para resolver a pendência, o padre de Pilar deu a idéia de amarrar a imagem no lombo de um burro no meio do caminho para as duas igrejas. O caminho que o animal tomasse definiria para qual igueja a imagem da santa iria. Quando foi solto, o burro se dirigiu à igreja de Pilar, dando a ela a vitória na concorrência. Mas depois se descobriu que o animal pertencia ao vigário daquela igreja; logo, já conhecia o caminho, pois o percorria sempre.
Agora, se está insatisfeito com alguma coisa, vá se queixar ao bispo!
Aliás, está aí uma história muito curiosa.
No Brasil do século XVII, ter filhos era muito importante. Precisando mostrar ao homem que era fértil, a mulher engravidava antes do casamento. A regra era aprovada pela própria Igreja desde que depois o casamento se consumasse. Muitas vezes, o noivo ia embora e a mulher grávida ia reclamar ao bispo, que mandava alguém atrás do fujão.
Essa sim, caiu no conto do vigário direitinho...
Mas, se depois de cair no conto do vigário, o bispo lhe passar uma penitência severa, não adianta chorar lágrimas de crocodilo, não. Tem que estar de fato arrependido de tanta inocência (pra não dizer burrice) e cumprir a penitência sem reclamar. Aliás, você sabia que os crocodilos marinhos, assim como as focas e outros animais de água salgada, ajudam a eliminar o excesso de sal do corpo vertendo água salgada pelos olhos, pressionando o céu da boca com a língua? É, trata-se de falsas lágrimas. Por isso se diz de alguém que age com falsidade que ele está chorando lágrimas de crocodilo.
Bom, vou encerrando por aqui e espero que todos tenham gostado de saber um pouquinho mais sobre a origem das expressões populares que usamos cotidianamente, desde que o mundo é mundo.
Um abraço e até breve.
Bia Loivos.