sexta-feira, 13 de março de 2009

Reforma Ortográfica: Hífen

Todo o mundo já ficou sabendo: agora é oficial. O Novo Acordo Ortográfico entre países de Língua Portuguesa já entrou em vigor no Brasil. E para você não fazer feio, o Viva o ajuda a entender o que mudou. Hoje, o assunto é hífen. Quais as novas regras para o seu uso?
Divirta-se com a história do Super-homem e salve o planeta dos absurdos cometidos contra o hífen.

Reforma Ortográfica – hífen
Quando usar e quando não usar o hífen

• Obrigatório quando prefixo está diante de uma palavra iniciada pela letra H, não importando a letra que termine o prefixo:

“O SUPER-HOMEM é muito ANTI-HIGIÊNICO: nem toma banho antes de trocar a roupa pelo uniforme com o qual pratica seus atos SOBRE-HUMANOS!”

• Nunca quando o prefixo termina em vogal diferente do segundo elemento, se este também começar com uma vogal:

“Tal comportamento de nosso herói é muito ANTIEDUCATIVO!”

• Se no caso acima o prefixo for CO e o segundo termo começar com O, o hífen cai assim mesmo, nos dando como resultado COOalgumacoisa:

“Se ele ao menos usasse perfume, eu até poderia COOPERAR nas missões.”

• Nunca quando o prefixo termina com vogal e o segundo elemento começa com consoante, desde que não sejam R nem S:

“Está certo que tudo pode não passar de uma tática de AUTOPROTEÇÃO: fedido, quem vai ousar chegar perto dele?”


• Se o prefixo termina em vogal e o segundo termo for iniciado por S ou R basta suprimirmos o hífen e repetirmos o R ou S (o que for adequado ao caso):

“Se bem que, para mim, isso é coisa de gente ANTISSOCIAL, que se acha ULTRARRESISTENTE. Bom, ele até pode ser, mas tem a criptonita...”

• Caso o prefixo termine com a mesma vogal que inicia o segundo termo o hífen continua, desde que se guarde a exceção COO, já comentada acima:

“Acho que ele deveria praticar um pouco de AUTO-OBSERVAÇÃO. Na certa, iria perceber que CONTRA-ATACAR os inimigos não requer deixar de lado os hábitos mais elementares de higiene.”

• Sempre se o prefixo tiver como última letra a mesma consoante que inicia o segundo termo:

“Está na cara que ele não é SUPER-ROMÂNTICO!”

• Nunca se o prefixo terminar em uma consoante diferente da que inicia o segundo termo:

“Mas ninguém pode negar que seja SUPERPROTETOR.”

• Contrariando a regra acima, sempre que o prefixo for SUB e o segundo termo começar com a letra R, o hífen fica onde sempre esteve:

“Deve ser porque ele acha que pertencemos a uma SUB-RAÇA e que necessitamos de sua proteção incondicional.”

• Novamente contrariando a regra, se o prefixo for CIRCUM ou PAN e o segundo termo começar com M ou N também colocaremos o hífen:

“Ouvi dizer que ele é perito em CIRCUM-NAVEGAÇÃO ao redor da Terra. Quando cansa de voar, nosso herói navega...”

• Sempre que o segundo termo começar com uma vogal e o prefixo for CIRCUM ou PAN o hífen deve separá-los:

“No PAN-AMERICANO ocorrido no Brasil, acho que o vi voando pelos ares, zelando pra que nada saísse errado.”

• Nunca se o prefixo terminar em consoante e o segundo termo começar com uma vogal:

“E ele faz tudo isso por ser SUPEREXIGENTE consigo mesmo.”

• Os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró sempre são sucedidos por um hífen:

“Mas tem uma coisa capaz de mandá-lo para ALÉM-TÚMULO, uma coisa que apenas mencionamos antes: criptonita.”

• Deve-se usar o hífen com todos os prefixos de origem tupi-guarani (caso a origem seja em algum outro tronco linguístico dos povos pré-cabralinos, ligue para a Academia Brasileira de Letras).

“Só existe uma planta capaz de neutralizar os seus efeitos no corpo de nosso herói: o CAPIM-AÇU.”


• Deve-se usar o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam, formando não propriamente vocábulos, mas encadeamentos vocabulares:

“Para encontrar essa iguaria, somente cruzando a ponte RIO-NITERÓI.”

• No caso das palavras que perderam a noção de composição o hífen não deve ser usado:

“Ou ele pode sobrevoar o país e descer de PARAQUEDAS quando chegar.”

• Caso sua composição não caiba em uma linha e você precise passar para outra justamente na hora em que for usar uma combinação com hífen, deve-se colocar o traço que separa as palavras no final da linha. Na próxima linha, o hífen será colocado para manter a clareza gráfica:

“E é aqui que nossa história termina, pois neste exato momento, CONTA-
-SE que ele foi viajar, certamente atrás da planta que pode curá-lo.”
Este texto foi feito em parceria com Bruno, do Então Sebastião.

Um comentário:

Gustavo Parada disse...

Òtima forma de abordagem. Está tudo muito claro, simples e leve.