Mais um post com o delicioso português dos mineiros...
Créditos: www.fotocomedia.com
Embora eu tenha feito 5 anos de faculdade pra me formar Psicóloga, só agora, na Pós, é que eu fui aprender o passo-a-passo das resenhas e resumos (não me perguntem como eu me virei durante a graduação). Brincadeiras à parte, o fato é que muitos de nós já têm uma noção do que seja, e é com essa noção que a gente vai levando – e poucos são os que reclamam (imagino que muitos dos nossos professores também estejam nesse domínio da vaga noção: ok, péssimo panorama! Mas é o que eu imagino.) Bom, então chega de enrolação e vamos ao que interessa. Espero que o ‘como fazer’ que eu vou compartilhar com vocês tenha alguma serventia. Bom proveito!
RESUMO
O objetivo de um resumo é fazer um texto ocupar menos espaço, mantendo as ideias principais (ou centrais). Existem três tipos:
1) resumo acadêmico – objetivo, direto, ideias centrais;
2) extensivo – não se pode suprimir nada; só mudam as palavras;
3) seletivo/estético – ideias importantes, centrais.
O resumo possui algumas etapas que devem ser consideradas:
a) conhecimento das condições do resumo
- espaço ocupado (quantas laudas)
- finalidade pretendida
- leitura atenta do texto a ser resumido – essencial que se tenha um bom conhecimento e entendimento da obra. Sem isso, será muito difícil produzir um resumo fiel ao conteúdo original
b) processo – estruturação de ideias: como as ideias estão estruturadas no texto? Por blocos de sentido (ou conteúdo) ou por parágrafos?
Por blocos de sentido: o autor não desenvolve cada ideia em um parágrafo, mas faz muitas digressões, voltando a assunto anteriormente tratado, retomando a ideias já combatidas, etc. Os textos freudianos seguem essa estruturação.
- A melhor maneira de resumir textos que têm esta estruturação é por unidade de sentido, concentrando o sentido no parágrafo. Exemplo: num texto em que duas teses antagônicas são apresentadas pelo autor na forma de blocos de sentido, o resenhista irá reunir todas ideias referentes à tese A num parágrafo e todas as que se referirem à tese B em outro parágrafo.
Como se identificam as unidades de sentido: através da identificação dos conectores:
-mas/porém: indicam oposição entre ideias;
- embora: indica concessão;
- na verdade/assim: demonstração.
Por parágrafos: as ideias são desenvolvidas parágrafo a parágrafo. Sem dúvida, é mais fácil resumir este tipo de texto, pois a sequência lógica das ideias permite fazer um resumo por parágrafos, seguindo a ordem dos parágrafos do texto.
c) Estratégias:
- o resumo não apresenta introdução: vai direto ao assunto;
- segue-se a ordem do texto, assim se evita a falta de coesão no encadeamento das ideias;
- não se mencionam elementos estranhos ao texto analisado, como exemplos e ideias que o autor não expressou;
- redige-se o resumo como se o próprio autor o fizesse: não usar expressões como “o autor afirma”, “ segundo o autor”;
- o resumo não contém conclusões a que o autor não chegou.
RESENHA
A resenha que será abordada aqui é a resenha acadêmica, mas nada impede que possa ser usada em diferentes contextos. Tudo vai do bom-senso. Pois bem.
A resenha é a apresentação do conteúdo de uma obra, acompanhada de uma avaliação crítica. Existem dois tipos de resenha acadêmica:
a) resenha crítica – geralmente a mais pedida pelos professores;
b) resenha temática.
Resenha crítica:
Podemos dizer que a resenha crítica é constituída por seis passos:
1) identificação da obra – título, autor, ano de publicação, referências sobre o autor (sua formação, áreas de interesse,etc.);
2) apresentação breve da obra – tema abordado pelo livro ou texto que se está resenhando;
3) resumo – nesta parte, apresenta-se ao leitor a descrição do conteúdo da obra na forma de um resumo com as suas ideias centrais. Importante salientar que no resumo (como vimos) não se usam expressões como “segundo o autor…”. O resumo deve ser escrito como se o próprio autor do texto o estivesse fazendo, só que se enfatizam apenas as ideias centrais, de forma concisa (de 3 a 5 parágrafos);
4) Análise crítica – aqui é a vez de o resenhista analisar criticamente a obra em questão. Para isso, ele pode (e deve) se apoiar em outras obras que versam sobre o mesmo tema, construindo, assim, o seu posicionamento acerca da atualidade e originalidade da obra, das escolas de pensamento às quais se vincula, qual a relevância do tema, o que traz de novo, qual o panorama cultural, social, econômico e político em que ela foi escrita, entre outros aspectos que podem ser analisados;
5) Recomendação da obra – na verdade, a recomendação não é uma regra. Se você não concorda com as ideias desenvolvidas pelo autor, não precisa recomendar só pra cumprir o protocolo;
6) Assinatura e identificação do resenhista – é importante que o leitor saiba quem é você para estar falando de determinado assunto, então não esqueça de mencionar sua formação, áreas de interesse e alguns detalhes que julgar pertinentes sobre você mesmo.
Resenha temática:
Este tipo de resenha é usado quando se quer escrever sobre um tema comum a vários textos. Aqui, temos cinco passos:
1) apresentação do tema comum - exemplo: atuação do psicólogo em varas de família. Esse tema é abordado pelos 3 textos que serão analisados. Temos o tema comum);
2) resumo dos textos – lembrando que no resumo NÃO cabem expressões como “o autor pensa”, “segundo o autor”. É como se você fosse o autor do texto e tivesse que enxugá-lo até as partes mais essenciais (ideias centrais);
3) conclusão: é o momento da análise crítica. O resenhista irá expor o seu posicionamento acerca do assunto. Para isso, ele se utilizará de outras fontes bibliográficas e construirá com base nelas uma argumentação coerente e plausível sobre o tema. Pontos importantes a serem considerados nesta análise: a relevância do tema, os pontos altos, o atualidade do tema, as contribuições de outros pensadores acerca da questão.
4) apresentação das fontes – referências bibliográficas utilizadas.
5) assinatura e identificação do resenhista – como na resenha crítica.
Meus agradecimentos à professora Gabriella, por me dar essas preciosas informações que hoje compartilho com vocês.
O programa desta segunda-feira será dedicado a Euclides da Cunha, um dos maiores escritores da língua portuguesa. Para conversar sobre o autor de "Os Sertões", o "De Lá Pra Cá" convidou especialistas e escritores de renome nacional. Leitura obrigatória para quem deseja conhecer a história do Brasil, a obra-prima de Euclides trata da barbárie do massacre de Canudos (BA), objeto de inúmeros estudos acadêmicos.
Para entrevistar personalidades literárias, o programa viajou até à Festa Literária Internacional de Paraty que reúne, anualmente, intelectuais e escritores. A equipe da TV Brasil visitou também Canudos para buscar novidades sobre o desfecho sangrento do massacre. Ao escolher Euclides da Cunha como tema desta segunda-feira, o "De Lá Prá Cá" soma-se a outras tantas homenagens que estão acontecendo Brasil afora por conta do centenário de sua morte.
Da cidade histórica de Paraty, o escritor amazonense Milton Hatoum vai falar sobre a viagem de Euclides à sua terra natal. O coordenador da mesa na FLIP O Mar e Os Sertões - Euclides da Cunha, 360 graus, o jornalista Daniel Piza, refez o caminho percorrido pelo escritor na expedição à região do alto Purús, na Amazônia.
O professor Francisco Foot, da Unicamp, abordará as qualidades literárias do autor de Os Sertões. Já a especialista na obra euclidiana e professora da USP, Walnice Galvão, vai fazer uma análise de Os Sertões e situa Euclides e sua obra no Brasil do início da República.
De Cantagalo, onde nasceu o escritor, a doutora em literatura Anabelle Loivos fará comentários sobre a biografia do escritor.
O De Lá Pra Cá é apresentado por Ancelmo Gois e Vera Barroso e vai ao ar na segunda-feira (13), às 22h, na TV Brasil.